Doze das maiores operadoras de telecomunicações da Europa emitiram um alerta conjunto na última quarta-feira (7), pedindo que reguladores da União Europeia liberem a faixa superior de 6GHz para redes móveis. Segundo as empresas, a falta de decisão pode comprometer o papel da Europa no desenvolvimento do 6G.

Em um documento obtido pela Reuters, empresas como Vodafone, Deutsche Telekom, Orange e TIM argumentam que a faixa de espectro 6GHz é essencial para manter a competitividade tecnológica frente a países como Estados Unidos e China, que já avançaram em definições sobre o uso dessa frequência.

A faixa superior de 6GHz é uma das últimas bandas médias de espectro ainda disponíveis na Europa. Esse tipo de frequência é considerado ideal para lidar com grandes volumes de dados com bom alcance, o que a torna estratégica para futuras redes móveis. Atualmente, muitos países europeus já utilizaram a faixa de 3,4 a 3,8GHz para o 5G, limitando as opções para expansão.

Nos Estados Unidos, essa faixa foi destinada ao uso por redes Wi-Fi desde 2020. A China, por outro lado, a reservou para serviços móveis, incluindo futuras aplicações de 5G e 6G. Segundo as operadoras europeias, manter o uso dessa faixa para Wi-Fi, como defendem alguns grupos americanos, pode prejudicar o avanço de redes móveis no continente.

A carta também destaca que o espectro atualmente disponível na Europa pode não ser suficiente nem mesmo para suportar o crescimento do tráfego nas redes 5G, o que agrava a urgência da decisão. Para as operadoras, restringir o acesso à faixa de 6GHz comprometeria o lançamento do 6G e limitaria a inovação tecnológica na região.

A expectativa é que a União Europeia publique um parecer preliminar sobre o tema em junho, como parte de uma consulta pública conduzida pelo grupo de política de espectro da Comissão Europeia. A decisão final poderá ter impacto direto sobre o posicionamento do bloco no cenário global das telecomunicações nos próximos anos.

E no Brasil? Como será que as operadoras irão lidar com a chegada do 6G?