O 9i é o mais recente lançamento da realme no Brasil que chega para brigar com o segmento mais disputado: o de intermediários acessíveis que brigam pelo título de melhor custo-benefício. Ele possui muito em comum com o Redmi Note 11, outro aparelho que também vem disputando por este título. Será que a realme chega apostando em bom celular com preço justo ou a Xiaomi, Samsung e Motorola têm mais a oferecer?

O Realme 9i vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa, mas sem ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador de 33W
• Cabo USB no padrão C
• Chavinha para a gaveta do cartão SIM
• Capinha de silicone
• Guia do usuário

O design do 9i lembra os demais modelos da linha realme, como o 9 Pro e 9 Pro Plus. Ele chegou ao mercado nacional nas cores azul ou preta e ambas possuem um efeito prismático no acabamento que reflete a luz de forma elegante.

É um celular que atrai a atenção por seu visual diferente do segmento, mas o acabamento não foge do tradicional plástico. Não há o que reclamar aqui, já que neste segmento é difícil encontrar celulares robustos com acabamento reforçado.

O bloco de câmeras levemente saltado ostenta dois sensores maiores e um menor quase do tamanho do flash em LED. Na parte frontal temos a câmera de selfies localizada em furo no canto esquerdo, enquanto a moldura da tela é mais larga devido à tecnologia adotada no painel.

O leitor biométrico está localizado no botão de energia na lateral direita e faz seu devido trabalho. Do lado oposto temos a gaveta tripla para dois chips e cartão microSD, além da tecla de controle de volume. No topo, apenas um microfone; enquanto abaixo há a entrada USB-C, alto-falante principal, entrada para fones de ouvido e um segundo microfone.

O que esperar da parte de conectividade? Há Wi-Fi padrão AC para conexão com redes de 5 GHz e Bluetooth 5.0. Só não espere por NFC ou 5G.

O realme 9i possui tela de 6,6 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 90 Hz. Essa é a configuração esperada para qualquer intermediário básico de respeito lançado em 2022, mas o destaque fica para o brilho da tela, que está acima de outros do segmento com painel LCD. Claro que um painel AMOLED seria bem-vindo aqui.

Ficou faltando suporte a HDR para explorar bem o conteúdo de serviços de streaming. Pelo menos o painel adotado apresenta bom nível de contraste que não sacrifica as cores, apesar do tom de preto estar longe do ideal. O ângulo de visão é amplo o suficiente para uma boa experiência, enquanto a calibração nativa é decente.

A realme caprichou na parte sonora, não apenas por ter colocado duas saídas de som para áudio estéreo, mas por ter boa potência com som bem equilibrado entre graves, médios e agudos. O realme 9i não chega a distorcer quando o volume está no máximo e aqui fica clara sua superioridade perante outros intermediários acessíveis.

O hardware é formado pela combinação de Snapdragon 680 com 6 GB de RAM. Já vimos essa plataforma da Qualcomm no Redmi Note 11 e não ficamos empolgados com o desempenho. No intermediário da realme tivemos resultado um pouco melhor devido à maior quantidade de memória, o que ajudou a segurar os apps em segundo plano. É um celular até ágil que supera com folga rivais da Samsung, Motorola e Xiaomi.

Em benchmarks temos números próximos ao rival da Xiaomi, o que já era esperado. O realme 9i fica acima dos modelos da Samsung e Motorola equipados com hardware da MediaTek. No AnTuTu, tivemos média de 230 mil pontos.

E nos jogos? No Call of Duty rodou bem na qualidade gráfica alta, mas sem ativar filtros extras. Já no PUBG ficamos na opção Balanceada com antialising ativado em 2x. Esses jogos mais pesados não chegam a aproveitar a tela de 90 Hz, mas games mais casuais vão passar disso.

E a bateria de 5.000 mAh, rende bem? A realme já deixou claro em outros modelos que sabe otimizar bem seu software para não devorar rapidamente a bateria. O 9i é mais um da empresa que empolga em bateria ao fazer parte do seleto grupo de celulares com mais de 30 horas de autonomia.

O que não empolga é o tempo de recarga. Ele não chega a ser ruim e até está acima de muitos da categoria, mas por se tratar de um carregador de 33W para alimentar uma bateria de 5.000 mAh, esperávamos tempo próximo de 1 hora, enquanto o realme 9i ficou 22 minutos acima disso.

Uma carga rápida de 15 minutos recupera 20% da bateria e chega a 39% com meia hora, suficiente para mais de 10 horas de uso moderado.

O conjunto de câmeras é formado por sensor de 50 MP e duas câmeras de 2 MP, sendo uma dedicada para macros e outra para desfoque de fundo. Na parte frontal há uma câmera de 16 MP para selfies.

A câmera principal do realme 9i não surpreende em qualidade de imagem, apesar da alta resolução do sensor. O que importa para a maioria é que ele acerta nas cores sem exagerar na saturação ou contraste. O HDR funciona bem ao balancear as áreas mais claras com as escuras e não sofre ao fotografar contra o sol.

Desfoque

A câmera de desfoque funciona bem ao acertar no recorte da pessoa fotografada para separá-la do plano de fundo, sendo até possível escolher o nível de intensidade do desfoque no aplicativo.

A mais fraca do conjunto é a câmera macro. O seu sensor de apenas 2 MP limita bastante a qualidade das fotos, mas permite chegar muito mais perto do que deseja fotografar, sendo algo em torno de 4 cm.

Macro

O realme 9i faz fotos decentes à noite sem sofrer tanta queda na nitidez ou perder o equilíbrio das cores, como é padrão no segmento. O que precisa de melhorias é o modo noturno que deveria ajudar a deixar as fotos mais claras e nítidas, mas nem sempre faz isso corretamente.

Noturno

A câmera frontal registra boas selfies em dias ensolarados e não peca tanto em locais escuros. Claro que ao cair da luz perdemos definição e os ruídos ficam mais aparentes, mas ainda está aceitável. O modo retrato é que poderia ser melhor e normalmente vemos falhas próximo dos cabelos e abaixo dos braços.

Selfies

A filmadora grava apenas em Full HD e sofre um pouco com tremidos. A frontal também fica limitada à mesma resolução e peca no balanço de branco. O foco do realme 9i não é dos mais ágeis e o som peca em definição.

O realme 9i sai da caixa com Android 11 e no momento que testamos ele estava com pacote de segurança três meses atrasado. A fabricante chinesa garante update em breve para o Android 12 e até três anos de atualizações de segurança do robozinho.

Para quem deseja turbinar o desempenho é possível expandir a RAM ao reservar até 5 GB do armazenamento. A tela vem por padrão no modo automático que alterna entre as taxas de 60 e 90 Hz a depender do uso. Isso garante uma interface fluida sem sacrificar a bateria. Caso não se importe com a fluidez, basta travar a tela em 60 Hz para a bateria durar ainda mais.

A interface do 9i é a mesma de outros recentes lançamentos da realme. Isso inclui extras como o menu lateral para atalhos de apps e algumas opções de customização, apesar de não ser tão robusto quanto o suporte a tema da One UI ou MIUI.

Um grande rival para o realme 9i é o Redmi Note 11. Os dois possuem muito em comum e isso inclui plataforma Snapdragon 680, câmera de 50 MP e bateria de 5.000 mAh. O da realme ganha em desempenho e autonomia, mas o Xiaomi vence em tempo de recarga e por ter conjunto fotográfico mais versátil com câmera ultra-wide.

O Moto G31 é o concorrente da Motorola e este também perde em desempenho e bateria. O realme 9i ainda se destaca por ter tela de 90 Hz e som estéreo, e mesmo que fique devendo uma câmera ultra-wide, registra melhores fotos que o intermediário da Motorola.

Também podemos citar o Galaxy A32 da Samsung, mais um que perde em desempenho, mas este chega bem perto em bateria. O modelo coreano se destaca pela melhor tela AMOLED e câmeras mais avançadas, enquanto tem melhor suporte a atualizações de software.

Pontos fortes

• Tela de 90 Hz com brilho alto
• Som estéreo potente e de qualidade
• Bom desempenho para a categoria
• Ótima autonomia de bateria

Pontos fracos

• Tempo de recarga poderia ser melhor
• Câmeras não competem com rivais
• Preço salgado pelo conjunto